Faz tempo que não faço nada original. Será que no improvisão sai?
Meus olhos fingem ver o normal
Em que finjo acreditar sem pensar
Que nada é daquilo que imaginei
Que nada passa de uma ilusão,
De um truque, uma isca barata
e sem sabor
Que é oferecida ao peixe
Insoso e instável que me tornei
Ao longo das últimas semanas
E nesta aparência nem Netuno
Nem ninguém ousaria
Perturbar-me com mais
Problemas que tenho a resolver
Problemas de uma vida imersa
Num açude de fel
Destilado por mim, dias que não passam
Sem escorrer uma única gota
Deste mel às avessas
Oferecido a quem passa
E percebe, fingindo não querer
Perceber, indecentes
Que me olham com pena
Mas um dia este mesmo fel com sabor de alma
Abortada
Cobriu-lhes as cabeças ardentes
De misericórdia e piedade de um Deus
No qual não acreditam mais
Mas deixai passar a bonança!
E sereis mais um, sem perceber, aqui
Neste mesmo lugar
Onde as indecências e o mau amor
Reinam,
E reinarão sobre ti também.
Ainda bem que a língua está pegando mais leve, mas confesso que nunca tive vontade de pleitear um lugar junto aos imortais. Amadorismo é o que há.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários on "Poemas, textos..."
Postar um comentário