quinta-feira, 26 de junho de 2008

Intercâmbio

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Sem título - Extraído de "Um No Vácuo", dia 21 de março.

Andar na rua sem rumo não me é algo estranho. Sentir que tudo se esvai assim, como se a cada passo que desse um pouco de mim permacece não é mais uma mera impressão. Agora vejo que é a realidade.
Como posso andar por aí se me sinto como algúem que perde a si mesmo a cada instante? Não suporto a idéia de saber que pressiono meu corpo, minhas células, a cada vez que me sento, que a todo instante tudo dentro de mim trabalha incessantemente e religiosamente, moléculas se arranjam e desarranjam e tudo isso é o que como, o que vejo, o que suporto. Que a invasão é sempre constante em mim, consentida e inconsentida.
Quero minhas pílulas, meus analgésicos que acabam cada vez mais com meu estômago que já sofre, me dê uma picada, minha heroína, minha vida....
Caio de novo, apago por períodos intermináveis, imploro pelo fim para ter de novo o começo. Já não me reconheço, só me vejo escrava de mim e senhora de alguém que me escraviza ainda mais. Não o olho, não lhe dirijo a palavra, sou subordinada à sua figura, ao seu toque, à sua ignorância de me ignorar.
Retoco a maquiagem, redelineio os olhos por cima do borrado, que não retiro, bato nas mechas, num esforço de armá-las, deixar como gosta, mas "ele" nunca falou nelas. Só me fala de coisas que nunca imaginei, mas que para mim não fazem a diferença: meu vestido desabotoado, meu cabelo desbotado, meus dentes amarelados, meu cigarro quase apagado, meu copo quase vazio, a minha má performance quando declamo....e sempre noto seus pequenos gestos displicentemente armados: a mão em mim quando fala, a inclinação, o toque nos momentos que poderia se manter longe, o susto que me dá quando pesa em mim....seu ignorante idiota! Não vê que a cada momento fico pior? Que a cada momento preciso maquiar ainda mais meu rosto e a minha dor? Que meu buraco interno aumenta mais a cada vez que me angustio por pensar em você? Seu tolo, tolo, tolo.....seu cego. E eu sou burra.

Nossa Senhora do quê?

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Sou a Nova Nossa Senhora. Poderia usar tantos termos pra completar a santidade, mas prefiro deleitar-me com as coisas que posso dizer deixando-as passear em meu cérebro. A sensação é maravilhosa, não querendo ser profana, mas é quase que ascender aos céus quando me pego pensando na figura que descobri em mim, ou melhor, me fizeram descobrir. A persistência é o que faz o bom caráter (ou não) das pessoas, mas a publicidade só faz aumentar o ibope.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

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domingo, 22 de junho de 2008

Ao meu redor

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Perto de mim vivem diversos tipos, que fazem par com meu tipo ou que me suportam placidamente. Tenho uma enxurrada de modelos diferentes de vidas, conduts e comportamentos que desfilam, passam por mim e eu tenho que me equilibrar, me desdobrar pra tentar entender toda essa explosão de molho de tomate. Há aqueles que são os "ois" do dia a dia, cuja educação da educação me faz cumprimentar. É como se me sentisse no meio de uma festa, na qual em um canto pessoas derrubassem cerveja e vodca com refigerante no meu colo e por todo o chão, numa farra diária, do outro lado os meninos amigos sempre com seus comentários indiscretos, as colegas complicadas, as impossibilidades inatingíveis que sao minhas e de outros, as consultas psiquiátricas não pagas, o estudo em grupo, o comentarista engraçadinho viciado em risadas e atenção, aqueles que veneram o chão que passo (ok, esses são ultra raros), os que tratamos com carinho e pena pelas atitudes dos outros, aqueles que estou me adaptando para esquecer, enfim, um infinito de coisas que devemos lidar e que sempre me levam a pensar na falência de mim mesma, pois tentar servir a tudo é uma grande bosta. Aliás, ser multifacetada é uma grande bosta. A vida nos põe nas situações e é uma grande malandrona não nos dando um manual de instruções básicas de como usá-la. A gente carece de entendimento sobr muitas coisas, preciso admitir que não sei quase nada. Mas é tão complicado sair da posição de orgulho! Ser orgulhoso por conta do nosso pouquinho de inteligencia e experiência é como uma droga, dopa e conforta, mas detona a nossa mente depois, fecha as portas da amplificação. Daí vem a repetição e as coisas se tornam simplistas, não simples (como as coisas são preconizadas para ser).
É nessas horas que penso que seria ótimo me afundar numa piscina, imergir inteira e me sentir envolta por completo em alguma coisa que me conforte. Pode ser que eu me preocupe demais, mas não posso deixar minha vida ser 100% light, não combina comigo. Extremos não são legais, estou aprendendo a lidar com isso, 20 anos depois de ser espirrada no mundo. E moleza absoluta me deixa enervada. E estou criando alergia à rigidez absoluta também. Depois de 20 anos.
 

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