segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Imaginação fértil é...


...um terreno no qual plantando-se tudo dá: se forem ervas daninhas do ódio, do rancor e da tristeza, crescerão amarguras, indecisões e tragédias; se forem mudas de amor, alegria e felicidade, crescerão belezas como amizades, amores e haverá supersafra de simpatia. Na verdade isso se refere aos pensamentos que pensamos na cachola, geralmente em momentos de bobagem, aqueles em que qualquer cabeça vazia se transforma em playground do diabo. No fim das contas, descobri que o bom senso cabe até a pessoas aparentemente sem um pingo dele (!) e que talvez esteja jogando minha imaginação alto demais, de novo...culpa da ociosidade!!! E vou acabar colhendo coisas erradas, trocando o chuchu pela abobrinha..hehe....
Hoje o meu primo me fez um desenho; um avião com bombas em volta...não sei se deveria me incomodar com isso, afinal é um desenho bélico e ele só tem 5 anos. Penso no que será que pensa essa geração... e sinceramente me assusto, ainda mais porque isso soa como o pensamento de uma pessoa velha. Se bem que nunca realmente me considerei igual, e minha cabeça nunca pensou 100% das banalidades que as pessoas da minha idade pensam ou deveriam pensar. Pode ser que isso seja dar um passo à frente, ou desperdiçar a vida, sei lá, só sei que é somente esse tipo de coisa que me vem à cabeça. Precocidade para algumas coisas, ingenuidade para outras. Essa sou eu desde o momento em que nasci e aprendi que algumas coisas devemos fazer por nós mesmos, e que algumas preocupações acabam mesmo nos tirando o sono. Mas o que tiraria o sono de uma garota de 10, 12 anos?? Preocupações com o emprego de sua mãe? Com a má saúde de sua avó?? Com alguma falta de dinheiro? Com a chegada da mensalidade escolar? Bem, não seria nada disso, em uma resposa dada pelo senso comum, mas em se tratando de uma criança que pensava como adulta, isso realmente faria a diferença. Faria a diferença para uma moça de 16 anos que vai fazer uma matrícula escolar para a tia de 33, uma morta-viva com câncer que num momento de lucidez resolveu voltar a estudar depois de muitos anos. E não pôde assinar os documentos porque não tinha ainda os 18 anos e esquecendo-se disso, afinal já era muito auto-suficiente, teve que chamar a mãe. Faria a diferença para uma moça de 17 anos que queria ter uma profissão e precisa de um registro maldito que é caro, mesmo tendo as maiores notas da sala. As preocupações do mundo adulto fazem a diferença para alguém que se aprimorou na resolução de probelmas práticos da vida burocrática e moderna, mas não conseguiu se aprimorar na vida social como deveria. Ou pelo menos como queria.
De que adianta ter uma mente adulta num corpo de criança se as pessoas da mesma idade física estavam longe de compreender relamente o que ela sentia? O que ela queria? E se preocupavam em difamá-la, achar que ela era uma nerd metida e feia, e tudo isso sem ao menos conhecê-la profundamente? Quem não conhece a angústia, pelo menos um pouco e em um momento da vida, teve mesmo uma vida fácil demais, e mal vivida, certamente. E a vida mal vivida é desperdício. Mais vale uma vida de sofrimentos bem suportados e resolvidos que uma vida de folga e frivolidades. No fim veremos o que pesa mais.

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